Na noite do último sábado, o Águia de Marabá obteve uma importante vitória por 2 a 0 sobre o Caeté, no primeiro confronto das quartas de final do Campeonato Paraense 2024. Contudo, a celebração da equipe foi ofuscada por um incidente lamentável ocorrido durante a partida, quando o jogador Fidelis, do Caeté, foi alvo de injúrias raciais proferidas por um torcedor identificado como Charles Martins dos Santos Pereira, membro de uma torcida organizada do Águia.
O ato racista aconteceu aos 39 minutos do primeiro tempo, quando o jogo ainda estava empatado em 0 a 0. O jogador Fidelis, alvo dos xingamentos, aguardou o término da partida para registrar um Boletim de Ocorrência na delegacia de polícia da Folha 30, em Marabá. O delegado Bruno Martins Mesquita confirmou o registro do incidente e destacou que as provas foram reunidas com depoimentos de testemunhas, resultando na prisão em flagrante de Charles Martins dos Santos Pereira.
A autoridade policial ressaltou a gravidade das palavras e expressões racistas proferidas pelo torcedor e afirmou que o crime foi equiparado a hediondo, tornando-se inafiançável. Charles será submetido a uma audiência de custódia para determinar se ficará sob prisão preventiva ou se será concedida liberdade provisória sem fiança.
O delegado enfatizou que as diligências continuam em busca de outros meios de prova, mesmo reconhecendo a escassez de filmagens com áudio do momento do crime. Mesmo assim, ele afirmou que a vítima, Fidelis, não tinha motivos para falsa acusação, já que não conhecia o autor e não mantinha qualquer rixa com ele.
Sérgio “Baygon”, chefe da Torcida do Águia de Marabá, esclareceu que o acusado não faz parte da diretoria ou da Torcida Organizada, sendo apenas um torcedor comum do clube. “Somos contra qualquer tipo de injúria contra pessoas, seja racial ou de outra natureza”, afirmou Sérgio.
O Águia de Marabá emitiu uma nota oficial condenando veementemente o ato de racismo e se colocando à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. O clube ressalta que repudia qualquer forma de discriminação e reafirma seu compromisso com a promoção da igualdade e respeito no esporte. O incidente serve como alerta para a necessidade de respeito mútuo e dignidade no ambiente esportivo e na sociedade como um todo.